O filme, lançado em 2017, narra a história de três matemáticas negras que trabalham na NASA: Katherine Johnson, Dorothy Vaughn e Mary Jackson. Estrelas além do tempo é uma obra que se passa no contexto da Guerra Fria e segregação racial nos Estados Unidos em 1961. A direção é de Theodore Melfi e roteiro de Allison Schroeder.
Além de enfrentarem as estressantes demandas do seu trabalho, essas mulheres também enfrentaram o preconceito desse momento histórico.
As mulheres são as que mais estudam e trabalham, mas as que menos ganham.
Mulheres sempre trabalharam. Há centenas de anos, as mulheres são encarregadas de cuidar do lar, de seus filhos, companheiros, familiares (enfermos ou saudáveis), limpar, organizar e administrar a casa em tempo integral, tudo isso sem reconhecimento ou remuneração. A inserção das mulheres no que era considerado ambiente de trabalho masculino se deu na revolução industrial. No contexto popularmente conhecido de insalubridade e má remuneração.
Segundo o ibge, as mulheres são mais escolarizadas do que os homens. Em 2016, as mulheres entre 15 e 17 anos tinham frequência escolar de 73,5% para o ensino médio, contra 63,2% dos homens. Geralmente, há um incentivo maior para que os homens se insiram no mercado de trabalho mesmo jovens. Enquanto isso, as mulheres, mesmo que incentivadas a estudar durante um período maior, são mais cobradas a se casar e ter filhos logo em seguida.
Mesmo com o diálogo sobre o reconhecimento do trabalho feminino em casa e fora dela, a idealização da figura feminina como um super herói, que precisa sustentar todas as responsabilidades em seus delicados e belos ombros, ainda é muito fortalecida.
Tendo em mente todas essas questões, não é de se surpreender que uma porção significativa das mulheres se afastem das áreas profissionais relacionadas à ciência, tecnologia, engenharia e matemática.
Dia 11 de fevereiro é o Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência. Por isso, é relevante destacar como resistir e perseverar nessas áreas é importante para as mulheres. Principalmente nessas, mas também em todas as áreas.
Antes da invenção dos computadores complexos, os cálculos eram feitos a mão. Assim, o lugar que Dorothy, Mary e Katherine ocupavam na Nasa era de computadores. Isso exigia uma capacidade de raciocínio veloz e precisa, ainda mais dado ao lugar em que trabalhavam e num momento tão crucial como a corrida espacial.
A época, o histórico que precede as mulheres, o que espaço que se era competido a negros, todas essas limitações não se extinguem com o tempo, se arrastam por ele. Ainda que cada região tenha as suas peculiaridades, o preconceito é real. Mesmo com os esforços para romper o que já se é compreendido ser errado, as mudanças não são magicamente compreendidas ou instantaneamente implementadas.
Dorothy Vaughan foi a primeira supervisora negra da NASA, Mary Jackson foi a primeira mulher a se tornar engenheira na agência espacial e Katherine Johnson trabalhou na NASA por 33 anos e publicou mais de 20 artigos científicos construindo um legado impressionante.
Mulheres que insistem em lutar contra o machismo abrem espaço para as próximas, elas implementam o que é correto, mais do que isso, elas contribuem para toda a sociedade porque são motivadas pelo seu progresso e conquistam muito sendo rigorosas. Quando estudam, as mulheres sabem que precisam ser impressionantes para serem elogiadas e quando trabalham reconhecem que só são vistas quando são excelentes.
Resistir é exigir o espaço que nos é devido.
Invenções e descobertas femininas:
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